domingo, maio 22, 2005

A propósito de James Douglas Morrison


... e é por isso que sinto pela poesia um apelo tão forte-porque é eterna..
Enquanto houver pessoas, elas podem lembrar-se de palavras ou combinações de palavras. Mas nada pode sobreviver ao holocausto a não ser a poesia e as canções. Ninguém se consegue lembrar de um romance inteiro. Ninguém consegue descrever um filme, uma escultura, uma pintura, mas enquanto houver seres humanos, as canções e a poesia sobreviverão.
Se a minha poesia pretende atingir alguma coisa, é libertar as pessoas dos limites em que se encontram e que sentem.



Poder


Posso fazer a terra parar nos seus trilhos.
Fiz os carros azuis irem embora.

Posso tornar-me invizível ou muito pequeno.
Posso tornar-me gigantesco e alcançar
as coisa mais longínquas.
Posso mudar o curso da natureza.
(...)

Eu posso

Eu sou

As pessoas precisam de fios
Escritores, heróis, estrelas,
dirigentes
Para dar sentido à vida.
O barco de areia de areia de uma criança voirado par o sol.
Soldados de plástico na guerra suja
em miniatura.
Fortalezas.
Navios de Guerra de garagem.

Rituais, teatro, danças
para reafirmar as necessidades tribais e memórias
um chamamento para o culto, unindo
acima de tudo, em estado anterior,
um desejo da família
e a magia certa da infância.

A grande auto-estrada
está
cheia

amantes
e
pretendentes
e
desistentes
tão
ansiosos
por
agradar
e
esquecer

O deserto





Parece que veio mesmo a propósito do post de sexta-feira.

sábado, maio 21, 2005

Sensações

Quero a minha leveza de volta
Quero voltar a ter o mar durante a noite, as estrelas de dia e a lua quando acordo.
Voltar a dormir com o cansaço de ter sentido e não estar dependente de mais nada nem ninguém.

Sentir. Simplesmente sentir, quem eu sou, quem tu és.
Um querer descontroladamente belo de tão bélico
Lamber o sal da pele que deixa de existir

sexta-feira, maio 20, 2005

A Fronteira Virtual

Cada dia que passa o corpo vai sendo o todo que deve desde sempre ser.
Decerto que nascemos com essa sensação,mas depois, com muitos, ao longo da vida, é-nos ensinado que bocejar é feio, que esperguiçar é falta de educação, que andar descalço é perioso e é tudo um grande NÃO. Eu diria que é uma fase de negação que muitos pais atravessam.
Que foda isso tudo! Que se foda a casinha fofinha e venha a nós a doçura de existir, o prazer de ter um corpo e o Mundo inteiro para viver.
As fronteiras não existem, é tudo falso, quem nos ensinou isso foi enganado também..."perdoai-lhes senhor que eles não sabem o que fazem".
Olho para a televisão e vejo dentro dela um fascista de há uns anos atrás, chamavam-lhe Salazar, aquele dos tempos em que tudo era perfeito. No entanto agora olho para uma televisão intiltulada : "A nova ditadura do século XXI: fiquem ai bem quietinhos que nós tratamos de tudo!"
Por isso não há que temer. Alguém nos irá sempre controlar, como gostamos, nem vale a pena irem votar, isso dá muito trabalho e, como tb gostamos de dizer, é tudo a mesma mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm...
obrigado pela atenção
até á próxima
só mais uma coisinha, estou assistir a um documentário sobre a história de Portugal em espanhol, é sempre bom saber que somos tão internacionais, principalmente na RTP (RÁDIO TELEVISÃO PRTUGUESA)!!!!

domingo, maio 15, 2005

vertigem II

Os copos rolam e fazem os corpos rolar.
Na cara de muitos o sorriso, noutros a náusea,
dos dias, das noites do infurtúnio, das vidas mal vividas...
A prancha de salvação vai-se aproximando á medida que as horas passam.
A cama, a lua, o cortinado
Mais uma pequena morte...

terça-feira, maio 10, 2005

Isabela não era cruela. Não usava capacete, nem escudo, nem espada. Acreditava que não havia razão para o fazer.
Isabela caiu e tornou-se em cruela...

Mas não é preciso ser Isabela nem cruela.

Que fique só da minha vida
um monumento de palavras
Mas não de prata nem de cinza
Antes de lava antes de nada
Daquele nada que se aviva
quando se arrisca uma viagem
por entre pântanos da ira
além do sol das barricadas (...)

David Mourão-Ferreira