terça-feira, maio 31, 2011

È!

O quê?
Não sei!-
mas apetece-me,
espancar,
espernear,
gritar do fundo meu sexo!

Vou fugir,
gemer para bem longe,
esta febre,
que não me deixa ser.

segunda-feira, maio 30, 2011

Nunca ninguém percebeu...

Nós,
que temos como destino o caminho
pagamos - por vezes
o preço da solidão.

Des-encantamento...

Há muito tempo atrás um amigo disse-me que um professor lhe disse que nunca deviamos começar uma frase com a palavra não.
Não, ele não estava a brincar...quase me obrigou a tirar o poema que tinha afixado por cima da cama. Agora que recordo, este episódio, acho que era um Cesariny e eu, não havendo nenhuma obrigação, é claro, acabei por tirá-lo.
Era assim, um encantamento contínuo e permanente, assim era eu. Foda-se era um Cesariny e as palavras são perigosas...e às vezes, às vezes são tão bem utilizadas naquele momento e é tão fascinante porque o queremos que seja, que quando percebemos que são uma data de merdas, pode ser tarde de mais, puft! O vírus instalou-se.

Sim, sim,
hoje sofro de um falso encantamento.
Não, não!
Não morri e quero tudo,
quero-me, desesperadamente.

Sim,
já sabemos, roubaste-me a juventude,
a força da ingenuidade,
do amor,

Sim, aquelas coisas todas maravilhosas,
o brilho,
a capacidade de acreditar,
A vontade, essa,
às vezes aparece.

Mas hoje...
hoje sei dizer Não,
mesmo quando digo sim...