Há muito tempo atrás um amigo disse-me que um professor lhe disse que nunca deviamos começar uma frase com a palavra não.
Não, ele não estava a brincar...quase me obrigou a tirar o poema que tinha afixado por cima da cama. Agora que recordo, este episódio, acho que era um Cesariny e eu, não havendo nenhuma obrigação, é claro, acabei por tirá-lo.
Era assim, um encantamento contínuo e permanente, assim era eu. Foda-se era um Cesariny e as palavras são perigosas...e às vezes, às vezes são tão bem utilizadas naquele momento e é tão fascinante porque o queremos que seja, que quando percebemos que são uma data de merdas, pode ser tarde de mais, puft! O vírus instalou-se.
Sim, sim,
hoje sofro de um falso encantamento.
Não, não!
Não morri e quero tudo,
quero-me, desesperadamente.
Sim,
já sabemos, roubaste-me a juventude,
a força da ingenuidade,
do amor,
Sim, aquelas coisas todas maravilhosas,
o brilho,
a capacidade de acreditar,
A vontade, essa,
às vezes aparece.
Mas hoje...
hoje sei dizer Não,
mesmo quando digo sim...