sexta-feira, setembro 06, 2013

"Sinais de Fogo"

Portugal democrático. Sinais de Fogo. Jorge Sena. Viu Jorge de Sena uma anti democracia nas vezes que revisitou Portugal. Dizem ter sentido a falta de uma guerra civil, pois “a liberdade de uma pátria nunca acontecerá sem que tal aconteça”. Já sabemos: vivemos num vasto conforto e ainda assim temos cara de fado e arrastamo-nos pelos dias como se não houvesse nada maior a fazer. Ninguém nos deixa fazer nada... Somos a fasço democracia mais bem engendrada em que já reflecti, temos q.b. de tudo e um pouco de nada. Sabemos pouco dos nossos direitos, mas somos livres, podemos votar, foder, casar e divorciar quando bem nos apetecer. Com mais ou menos tostão, há sempre dinheiro para mais um cigarro, ou não... Sena morreu em 78 e fez questão de dizer que das vezes que revisitou Portugal - onde foi proibido de entrar durante o estado novo e mesmo após a morte de Salazar- não quis visitar nunca os seus “amigos” não se fosse pensar que vinha abanar a árvore das patacas. Vi um documentário sobre Sena onde o Ministro da Cultura diz à viva força que quer trazer o corpo de Sena para Portugal...Mas porquê!? Insistimos neste falso moralismo, quando a vida de cada ser humano não é valorizada, em que o génio humano mais não é do que uma desinterrupção à vontade politica e ao interesses dos grande poderes. Porquê pretender um patriotismo aputanhado e numa vontade tão falsa e quase tão velha como esta democracia, fingimos querer em Portugal um símbolo de um despertar mental, de uma visão que nunca foi bem vinda. Sena morreu em 78, Saramago em 2010. Quando os erros se repetem, concluímos que só se quer o que se perde, ou o que convém. Hoje até fiquei com vontade de visitar as ilhas selvagens.

2 Comments:

Blogger António said...

O Sena foi mesmo transladado em 2009 com acordo da viúva e filhos. A nossa Mécia tem também as suas vaidades, tal como ele tinha o seu mau feitio e por isso lá veio o corpo do homem.
Interessante este texto - um pouco fora do estilo habitual.
Beijos.

5:18 da tarde  
Blogger vertigo said...

Ás vezes esqueço-me que aqui me posso permitir a uma não "poesia".
Abraço

12:53 da manhã  

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