coisas

Creio que a divagação, a perda da consciência são no fundo uma benção da vellhice. Abençoados os que não se lembram dos tempos da sua Jumentude, ou daquilo que desapareceu e não voltará jamais.

De(s) amor II

Estou seca de palavras e sentimentos. As minhas lágrimas esgotaram-se faz anos, não sei se pela falta de água se pela ausência de sentir o sentimento. Preferia que me apunhalassem de uma só vez para poder gritar e espernear. Que me penetrassem com um bisturi até ao coração ou ao estômago para sangrar de uma só vez, aquele que ainda resta. Mas... na verdade creio que este é o meu castigo, uma morte lenta, dolorosa e humilhante, por a cada gesto de coragem se sobreporem dois de cobardia. Vou ali...morrer de exaustão e já volto.

Beatriz

Tinhas cabelos negros, como cachos. Olhos amarelos e verdes, como o reflexo do sol na folhas de Outono. Eu nunca te vi, mas chamavas-te Beatriz.

sentir

Estamos condenados desde o primeiro momento e aquilo que sentimos não é senão a ilusão daquilo que precisavamos de sentir.

Apaixonar...

Esta palavra é. Esta palavra será! Apaixonar? Cada vez mais penso que apaixonarmo-nos por alguém é nutrir um profundo desamor por nós mesmos. O amor individual é um exercício de masoquísmo, uma vez que sabemos de antemão que cair no amor é estar disposto a aceitar a dor que isso irá trazer.