terça-feira, fevereiro 15, 2011

Buracos Negros

Há Homens que podemos vir a ter a sorte de conhecer pelas palavras que escrevem,
ou, maior sorte ainda, pelas palavras que nos escrevem.
Esses Homens, que não se conseguem expressar em palvras faladas são, geralmente, um buraco negro - como aqueles que há no Universo. Têm tanto de fascinante, como de destestável.Entrar num buraco desses, pode ser uma viagem sem volta, sobretudo porque há um certo prazer que consiste na descoberta do nosso próprio buraco negro.

Lembro-me de pensar que a minha casa era um Buraco Negro gigantesco, mas que às vezes lá se lembrava de cuspir a "palavra" procurada.

Sim, todos nós temos os nossos Buracos Negros e todos nós percebemos que a maioria das vezes ninguém quer escutar as nossas palvras e por isso tendemos a torná-las cada vez mais vazias, ou inexistentes. Ou simplesmente, elas vão parar a mais algum Buraco Negro.

Será que no tempo dos Lusíadas, ou do Pessoa, ou da não tão longínqua Sofia, havia menos Buracos Negros?! Ou no tempo do Yeats, do Neruda ou do Rimbaud...
Cá para mim, isto tem a ver é com o aquecimento global...

A Não-Morte

Filmaste-me os olhos,
fotografaste-me o sexo.
Desejaste-me,
posuíste-me por 1/4
porque o resto não deixaste vir.

Um cão com sede_
quando não sabia que a tinha;
O gato que saliva pelo fiambre _
que não sabia que existia...

E assim ficaremos,
quem sabe,
para sempre.